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716 mil empresas fecham definitivamente na pandemia, diz IBGE

A pesquisa também apurou que 87% das empresas que paralisaram ou encerraram as suas atividades no período relataram não ter tido acesso à linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial dos funcionários ou capital de giro.



17/07/2020 10:46 por Oeste Mania

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Na primeira quinzena de junho, estima-se que o país tinha 4 milhões de empresas, sendo 2,7 milhões (67,4%) em funcionamento total ou parcial, 610,3 mil (15,0%) fechadas temporariamente e 716,4 mil (17,6%) encerradas em definitivo.

Quatro em cada dez empresas estavam fechadas, temporária ou definitivamente, na primeira quinzena de junho, por não suportarem o impacto da pandemia da Covid-19 e a falta de acesso ao crédito.

Os dados são da pesquisa inédita “Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas empresas” divulgada na manhã desta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Estima-se que o país tinha 4,0 milhões de empresas, sendo 2,7 milhões (67,4%) em funcionamento total ou parcial, 610,3 mil (15,0%) fechadas temporariamente e 716,4 mil (17,6%) encerradas em definitivo, diz o IBGE.

Desse total de 1,3 milhão de empresas fechadas temporariamente ou em definitivo, 522,7 mil (39,4%) tiveram de encerrar suas atividades por conta da necessidade de fechamento de serviços não essenciais e da falta de ajuda financeira por parte do governo durante o período de pandemia. Mas, “muitas empresas relataram que já vinham em dificuldades desde 2019”, ponderou o coordenador de Pesquisas Estruturais e Especiais em Empresas, Flávio Mangheli, o que explica a medida drástica de encerrar o negócio diante da pandemia.

“Entre 1,3 milhão de empresas que na primeira quinzena de junho estavam com atividades encerradas temporária ou definitivamente, 39,4% apontaram como causa as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. Esse impacto no encerramento de companhias foi disseminado em todos os setores da economia, chegando a 40,9% entre as empresas do comércio, 39,4% dos serviços, 37,0% da construção e 35,1% da indústria”, diz o IBGE.

Das 716,4 mil das empresas que encerraram definitivamente suas atividades, 99,8% eram de pequeno porte – as que mais denunciaram não conseguir o acesso à crédito durante a pandemia para pagamento de folha e capital de giro. Entre os setores, a maior proporção de empresas que fecharam veio de serviços – 334,3 mil.

A pesquisa também apurou que 87% das empresas que paralisaram ou encerraram as suas atividades no período relataram não ter tido acesso à linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial dos funcionários ou capital de giro.

Apenas 347,7 mil (12,7%) empresas conseguiram crédito emergencial para pagamento da folha salarial desde o início da pandemia. Desse total, quase sete em cada dez (67,7%) consideraram ter tido apoio do governo na adoção dessa medida.

Quanto à manutenção do emprego, pouco mais de seis em cada dez empresas em funcionamento (61,2%) mantiveram o número de funcionários em comparação ao início de março, porém 34,6% indicaram redução no quadro e 3,8% aumentaram o número de empregados. Já entre as 948,8 mil empresas que reduziram a quantidade de empregados, 37,6% diminuíram em até 25% seu pessoal, 32,4% entre 26% e a metade (50%) e 29,7% encolheram seu quadro em mais da metade (acima de 50%).

“Os dados sinalizam que a Covid-19 impactou mais fortemente segmentos que, para a realização de suas atividades, não podem prescindir do contato pessoal, como os serviços prestados às famílias, onde se incluem atividades como as de bares e restaurantes, e hospedagem; além do setor de construção”, afirmou o coordenador da pesquisa, Alessandro Pinheiro.

Pesquisas sugerem que a situação só não foi pior entre as empresas porque o auxílio emergencial garantiu que quase 66 milhões de trabalhadores tivessem alguma renda para consumir, especialmente produtos de primeira necessidade como alimentos, bebidas e medicamentos. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro divulgou recentemente estudo acadêmico mostrando que o pagamento dos primeiros 3 meses do auxílio emergencial segurou a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do país em pelo menos 2 pontos percentuais.

*Com informações Hora do Povo


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