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Caso Bernardo: Justiça marca nova data para julgamento de Leandro Boldrini

Pedido de liberdade do réu foi negado por juíza



16/07/2022 11:40 por Grupo Chiru*

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Foto: TJ/RS

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O novo julgamento de Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo, morto em abril de 2014 aos 11 anos, foi marcado pelo Juízo da Comarca de Três Passos para 20 de março de 2023, a partir das 9h30min, no Salão do Júri do Foro local, na região noroeste do Estado. A decisão é da juíza Sucilene Engler Audino, titular da 1ª Vara Judicial da Comarca, e foi publicada na sexta-feira (15). Na mesma decisão, a magistrada negou o pedido de liberdade do réu, impetrado pela defesa dele.

O médico Leandro Boldrini é acusado de ser o mentor intelectual e de participar do homicídio do filho, ocorrido em abril de 2014. Ele foi a júri e saiu condenado a 33 anos e 8 meses de prisão em regime fechado em março de 2019, mas o julgamento foi anulado em dezembro de 2021.

Na decisão desta sexta-feira, a magistrada destacou a necessidade de organização da logística para o novo julgamento.

"Considero, ainda, que uma sessão de julgamento desse porte, incomum em uma Comarca do porte de Três Passos, exige enorme esforço em várias frentes, seja de servidores lotados na própria Comarca, seja do próprio Tribunal de Justiça, por meio de licitações e instalação de equipamentos de internet, por exemplo".

A juíza ainda afirmou que o prédio do Foro de Três Passos está passando por reformas estruturais de médio e grande porte, as quais dificultam até mesmo o andamento do expediente regular de trabalho.

"Há de se sopesar o grande impacto negativo que haveria ao se realizar um Júri de grande complexidade durante referidas reformas".

O sorteio dos jurados deve ocorrer em 15 de fevereiro, às 14h.

Quanto ao pedido de revogação da prisão preventiva, a magistrada considerou permanecerem inalterados os fundamentos que determinaram a segregação cautelar do réu.

Julgamento anulado

 

Os quatro réus do caso - Leandro Boldrini, a então companheira dele, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz - foram a júri popular e condenados em março de 2019. O julgamento durou cinco dias e, ao final, Leandro foi condenado a 33 anos e 8 meses de prisão em regime fechado (30 anos e oito meses por homicídio qualificado: motivo fútil, com emprego de veneno e mediante dissimulação, dois anos por ocultação de cadáver e um ano por falsidade ideológica.

No entanto, o julgamento de Leandro foi anulado pelo 1º Grupo Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, em dezembro passado. O relator da sessão foi o desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto, que decidiu acolher o recurso de Leandro para anular o julgamento devido à conduta do promotor de Justiça durante o interrogatório dele em plenário, no júri.

Em seu voto, o magistrado afirmou que "a acusação, contando com a complacência da magistrada, não se limitou a formular perguntas, senão que, em dado momento (mormente depois de orientado o acusado a não as responder), se valeu da oportunidade da realização de questionamentos, contestando declarações anteriores prestadas pelo réu, fazendo alusão a dados informativos que, no seu entender, as contrariavam, afirmando que esse não falava a verdade". Para o relator, o promotor de Justiça não realizava perguntas, mas sim argumentações na ocasião do interrogatório de Leandro.

O caso Bernardo

Em 14 de abril de 2014, aos 11 anos, Bernardo Uglione Boldrini foi encontrado morto, após 10 dias desaparecido. O corpo do menino estava em um matagal, dentro de um saco, enterrado na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen.

Bernardo morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, de um ano, no município de Três Passos. O pai chegou a afirmar que o garoto havia retornado com a madrasta de uma viagem a Frederico Westphalen, no dia 4, quando teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo.

O menino deveria voltar no final da tarde do dia 6, o que não ocorreu. Após os 10 dias de investigações, foram presos o pai, a madrasta e uma amiga dela. Em 10 de maio foi preso o irmão de Edelvânia.

Além do assassinato, Leandro e Graciele também foram acusados de cometer violência psicológica e humilhação contra o menino, em razão de vídeos e áudios mostrados no processo.

*Com informações Gaúcha ZH e TJ/RS


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