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Brasil pode ter novos desastres por chuva excessiva nesta virada de ano

Dados indicam volumes de chuva muito elevados em vários estados e extremamente altos em algumas regiões do país neste fim de ano e no começo de 2022



21/12/2021 17:38 por MetSul Meteorologia

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Foto: Divulgação

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O Brasil corre o risco de neste final de ano e no começo de 2022 ver uma repetição das cenas de desastre por chuva como as recentes no estado da Bahia e no Norte de Minas Gerais, onde precipitações de até 500 mm inundaram cidades inteiras e deixaram um saldo de mortos e destruição. Os volumes de chuva que prevê para parte do território brasileiro nos próximos 15 dias são extremamente altos e capazes de gerar situações de emergência e calamidade em algumas áreas do país.

Nesta virada de ano, o canal de umidade principal da América do Sul vai estar deslocado mais ao Norte que sua posição tradicional. O eixo tradicional do corredor de umidade nesta época do ano é orientado do Norte para o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil. Nas próximas duas semanas, ao contrário, atuará no Norte, mais ao Norte do Centro-Oeste e do Sudeste e em parte da Região Nordeste.

Com isso, os volumes de chuva nos próximos 15 dias devem ser excessivamente altos nos estados do Amazonas, Pará, Norte do Mato Grosso, Tocantins, Centro e Norte de Goiás, Maranhão, parte do Piauí, Centro e Norte de Minas Gerais, parte do Espírito Santo e Oeste e o Sul da Bahia. Os mapas abaixo mostram a projeção de chuva para os próximos 15 dias em todo o Brasil e no Centro-Sul do país, de acordo com a rodada da 0Z de hoje do modelo norte-americano GFS da NOAA.

Assim, regiões que foram duramente castigadas pela chuva extrema do começo deste mês no Norte e no Nordeste mineiro e ainda na Bahia devem ter mais uma vez muita chuva durante os próximos 15 dias com acumulados novamente localmente extremos. Com o solo saturado de umidade pelo recente episódio de precipitação extrema, rios com níveis ainda acima da média e muitas pessoas que ainda sofrem os efeitos do desastre do começo de dezembro, o cenário que se esboça é muito preocupante.

No caso do Sul do Brasil, com o fluxo de umidade da Amazônia direcionado para áreas mais ao Norte do território brasileiro, a chuva será muito irregular no período. O Oeste dos três estados do Sul, em particular, deve ter precipitações mais escassas e ainda com calor muito intenso que acelerará ainda mais a perda de umidade do solo. Sem precipitações abundantes e generalizadas, a perspectiva é de agravamento da estiagem na parte meridional do Brasil com aumento das perdas nos milhos e dificuldades na evolução da safra de soja.

 


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