Alegando recuperação dos plantéis e resolução do problema da peste suína africana, a China diminuiu a importação de carne suína brasileira. A notícia começou a se espalhar na semana passada e ganhou mais repercussão nos últimos dias, conforme o presidente da Associação dos Suinocultores do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador.

O panorama, conforme as entidades do setor, deve se estender pelos meses de julho e agosto, com perspectiva de normalização a partir de setembro. “Os chineses reduziram o volume de compra, renegociando preços. A informação que temos é de que teria ocorrido lá um abate significativo de animais pesados, como matrizes, o que aumentou o volume de carne ofertado no mercado interno chinês, devido aos grandes estoques. O governo está sofrendo uma tremenda crise em relação de preços, e os produtores locais estão pressionando”, explica.

Folador lembra que os chineses são exímios negociadores e, neste momento, estão com condições de fazer isso. “A China criou mais dificuldades para comprar, baixaram preços. Não foi uma suspensão das importações do Brasil, mas uma redução. Além disso, começou o verão na China e, neste período, o consumo de carne suína diminui. É essa informação que temos da indústria exportadora”, acrescentou o presidente da Acsurs.

Em média, entre 50% a 55% da carne suína brasileira é exportada para a China. “Apesar de não ser uma sangria desatada, um desastre, precisamos lembrar que não temos outro destino para essa carne”, destacou Folador. O consumo interno de carne suína no Brasil cresceu, chegando a 16 kg per capita em 2020, ante 15,3 kg em 2019.

A indústria frigorífica ainda não noticiou nenhuma informação sobre diminuição de produção ou interrupção de atividades nas plantas.