Início Notícia Voltar

Jovem de Mato Grosso do Sul perde 97% da visão em decorrência da dengue

A doença pode se manifestar nos olhos, mas de acordo com especialista sequelas são raríssimas



05/03/2024 20:25 por *Com informações do G1

CapaNoticia

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Banner Topo

Isabella Kemp, uma jovem de 24 anos do Mato Grosso do Sul, enfrentou uma complicação extremamente incomum após contrair dengue: ela perdeu 97% da visão em seu olho esquerdo e 80% no direito como resultado da doença.

De acordo com seu relato nas redes sociais, Isabella começou a apresentar sintomas de dengue em 10 de fevereiro. No dia seguinte, procurou atendimento médico devido a dores musculares, de cabeça e nas articulações.

O diagnóstico de dengue foi confirmado em um domingo e, ao longo da semana, os sintomas persistiram. No entanto, na sexta-feira seguinte, ela começou a sentir coceira nas mãos e pés, seguida pela perda de visão.

Inicialmente, Isabella notou um embaçamento em sua visão no olho esquerdo, que progrediu rapidamente. Dois dias depois, na segunda-feira seguinte, ela buscou atendimento em São Paulo, onde foi informada de que tinha apenas 3% de visão em um olho e 20% no outro. Após algumas semanas de tratamento desde o início dos sintomas, ela já recuperou 80% de sua visão.

Nas redes sociais, o deputado estadual Pedro Kemp, pai de Isabella, parabenizou a filha pelo aniversário e destacou sua recuperação ocular.

Segundo a médica oftalmologista do CBV-Hospital de Olhos, Juliana Lasneaux, pacientes com dengue podem sentir dor atrás dos olhos e fotofobia (sensibilidade à luz). No entanto, os danos à saúde ocular podem ser ainda mais significativos.

"Na dengue, pode haver queda das plaquetas (células do sangue responsáveis pela coagulação), e em casos graves, pode ocorrer hemorragia dentro do olho. Isso pode levar à perda temporária ou até permanente da visão", alertou a oftalmologista.

Em entrevista ao G1, o médico infectologista Rivaldo Venâncio, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ressaltou que tais sequelas são extremamente raras e geralmente reversíveis. "Nós também observamos comprometimento neurológico, como síndrome de Guillain-Barré ou encefalite. Felizmente, são observações muito, muito raras", destacou o médico.

A prevenção primária da dengue continua sendo evitar a reprodução dos mosquitos responsáveis por sua transmissão, eliminando água parada em possíveis locais de reprodução, como vasos de plantas, pneus e recipientes. O uso de repelentes também é recomendado por infectologistas.


Os comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.